Reportagem do jornal carioca O Globo mostra o grande crescimento do Programa Bolsa Família e estima que, em 2010, o benefício atinja a um de cada três brasileiros. Hoje o benefício já chega, direta ou indiretamente, a 29% da população. Dá para imaginar o efeito político-eleitoral do programa, o que tem levado lideranças da oposição a partirem para o ataque, acusando o governo federal de estar usando politicamente o projeto, mas como sabem que é suicídio propor o seu fim, sugerem medidas que iriam melhorá-lo.
Um dos problemas surgidos com o Bolsa Família é a acomodação das famílias que o recebem uma vez que não há prazo estabelecido para a suspensão do pagamento mensal. Isto cria uma dependência permanente das famílias carentes dos recursos do governo. A oposição quer implementar políticas que estimulem as famílias a buscar a independência financeira do programa, procurando trabalho e remuneração que lhes permitam sair do Bolsa Família.
Não dá para desconhecer a importância social do programa e, mesmo com a recorrência dos casos de fraudes, municípios pobres da Bahia têm no Bolsa Família, hoje, sua maior fonte de renda e muitas famílias deixaram a zona da miséria absoluta graças a ele. E é claro que o Governo, e especialmente o presidente Lula, se beneficia do projeto e também é lógico que a simpatia conquistada a partir da saciedade da fome se transforme em votos, mesmo que os governistas não façam do programa um cavalo de batalha.
Este é um dilema que os oposicionistas já estão tendo que encarar: como reduzir a influência do programa no cenário eleitoral sem ser acusado de tentar acabá-lo. Sem dúvida uma tarefa difícil.

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