Com aplicação na ordem de R$ R$ 2,7 bilhões, um
dos maiores investimentos privados da Bahia, na última década, está
sendo instalado ao distrito de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe.
Com tecnologia de ponta, a Enseada Indústria Naval garante atender à
crescente demanda do setor naval, além de investidos em medidas
socioambientais. Atualmente, a empresa conta com contratos de
aproximadamente US$ 6,5 bilhões e gera cerca de 5.500 empregos diretos.
Apesar de já ter iniciado a fase de testes pré-operacionais, construindo
as sondas para exploração do pré-sal, a unidade tem a previsão de ser
inaugurada em 2015.
O empreendimento para a
exploração do pré-sal, através de recursos da iniciativa privada, já
pode iniciar a operação da construção de navios-sonda para a Petrobras. O
motivo da partida inicial seria o recebimento da Licença de Operação
(LO) concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), no último dia 10. Após dois anos do início
das obras, a Enseada concluiu cerca de 80% das obras para construção da
Unidade Paraguaçu. Com mais da metade das obras concluídas, finalizou a
construção do primeiro cais que tem capacidade para atracar embarcações
com até 210 metros de comprimento e uma área total de 5,2 mil metros
quadrados. Hoje, as equipes atuam na conclusão da obra da oficina de
corte e tratamento de chapas de aço.
Em plena
atividade, a Enseada poderá processar 36 mil toneladas de aço por ano
trabalhando em regime de turno único, o que permite uma ampla margem de
produção, para fabricação, até simultânea, de diferentes tipos de
embarcações, como sondas e FPSOs. Em nota divulgada pela Secretaria de
Comunicação do Estado (Secom), o secretário estadual da Indústria,
Comércio e Mineração, James Correia, afirma que o estaleiro possui
padrões de qualidade, produtividade e tecnologia equivalente aos
melhores do mundo. “É um equipamento com a mais alta tecnologia mundial e
um marco para a indústria naval brasileira”, garantiu. Para o
coordenador executivo de Infraestrutura e Logística da Casa Civil da
Bahia, Eracy Lafuente, este é um projeto de grande importância para a
economia da Bahia e do Brasil. “A operação inicial traz um impacto
positivo no âmbito econômico e a construção de navios-sonda contribui
significativamente para a política de desenvolvimento da camada do
pré-sal no país, pondo a Bahia em destaque no cenário nacional da
indústria naval”, explicou, através da Secom.
Ainda
de acordo com James Correia, o estaleiro de Maragogipe vai mudar
radicalmente a economia de todo o Recôncavo Baiano. “Os baianos precisam
saber que está em curso uma revolução econômica no Recôncavo. Onde
antes só havia empregos no pequeno comércio e na pesca artesanal, hoje
são oferecidos milhares de postos de trabalho e diversas oportunidades
na prestação de serviços, como hospedagem, alimentação, transporte,
segurança, educação e saúde”, declarou o secretário, durante montagem do
superguindaste Goliath, em agosto deste ano.
A
área ocupada pela empresa é de 1,6 milhão de metros quadrados em
Maragogipe, dos quais 400 mil destinados à preservação ambiental. O
diretor de relações institucionais e de sustentabilidade do
empreendimento, Humberto Rangel, destaca que a questão socioambiental é
ponto primordial na implantação do equipamento. “Já foram investidos
aproximadamente R$ 40 milhões em medidas que incluem o mapeamento de
espécies e manutenção de flora e fauna regionais”, afirmou. Além disso,
existe a criação de viveiros com mais de 40 mil mudas de árvores
nativas, educação ambiental para as comunidades do entorno, apoio
financeiro e logístico às cooperativas locais de costureiras, pescadores
e mariscadeiras, a capacitação para formação de colônias pesqueiras da
Baía do Iguape e o gerenciamento de resíduos sólidos. No início de
outubro, a empresa obteve do Ibama a licença de operação, válida pelos
próximos quatro anos.
A Enseada tem como
cliente em Maragogipe a Sete Brasil (companhia de investimentos
especializada em gestão de portfólio de ativos voltados para o setor de
petróleo e gás na área offshore no Brasil) para a construção de seis
sondas de perfuração do pré-sal para a Petrobras.
A empresa
A
Enseada Indústria Naval, empresa formada por Odebrecht, OAS, UTC e KHI
(Kawasaki Heavy Industries) - esta última, acionista e também parceira
tecnológica estratégica -, atua na construção e integração de unidades
offshore, como plataformas, FPSOs e sondas de perfuração. Além da
presença no Recôncavo Baiano, a Enseada também atua no Estaleiro
Inhaúma, localizado no Rio de Janeiro, arrendado pela Petrobras em razão
do contrato para conversão dos cascos de quatro navios em plataformas
FPSOs (Floating Production, StorageandOffloading,em português, unidade
flutuante de produção, armazenamento e transferência).
No
Estaleiro Inhaúma, a Enseada começou a atuar em agosto de 2012, mês em
que foi docado o navio Petrobras 74 (tipo VLCC – VeryLargeCrude
Carrier), cujo casco será convertido no FPSO P-74. Trata-se de um marco
para a indústria naval brasileira, pois a última conversão realizada no
País data de 2003, quando a P-48 foi concluída.
O
contrato com a Petrobras inclui a conversão dos cascos de quatro navios
do tipo VLCC em futuras FPSOs P-74, P-75, P-76 e P-77. As plataformas
serão destinadas às áreas da Cessão Onerosa, no pré-sal da Bacia de
Santos. Em Inhaúma, a Enseada tem também mais de cinco mil
trabalhadores. As obras mais importantes para a conversão dos navios
serão o reforço estrutural do casco; a ampliação, a reforma e a
adaptação das acomodações, que terão capacidade para 110 pessoas; as
instalações de equipamentos e utilidades, além da adaptação do sistema
de ancoragem, entre outras.
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