A
atriz Fernanda Montenegro falou com a colunista Patrícia Villalba, do
site da revista Veja, sobre o seu papel como Teresa, na novela
Babilônia, e as ameaças de boicote à trama por conta do relacionamento
entre a sua personagem e Estela, interpretada por Nathália Timberg. O
trabalho das atrizes é alvo de uma campanha articulada pela Frente
Parlamentar em Defesa da Família Brasileira. De acordo com o deputado
João Campos (PSDB-GO), a novela leva "de forma impositiva, para quase
toda a sociedade brasileira, o modismo denominado por eles de ‘outra
forma de amar’, contrariando nossos costumes, usos e tradições".
"Não
esperávamos essa reação. A situação toda do país está muito extremada,
na discussão política e sobre comportamento. Todos temos o direito de se
posicionar. Não tiro o direito de ninguém. O problema é a radicalização
desse pensar e no que ele pode se transformar. É caça as bruxas, de
todos os lados", disse Fernanda. A atriz citou o caso de um menino que
foi morto por colegas de escola por ter sido adotado por um casal gay em
Ferraz de Vasconcelos (SP).
"Não vi ninguém
escandalizado, não vi ninguém contestar e buscar culpados para a
formação daquelas crianças, que mataram um colega de escola. E vão se
escandalizar com o beijo casto de duas atrizes experimentadas de quase
cem anos de idade?", quesionou. Ela ainda disse que é contra aqueles que
as criticam por serem escaladas para os papéis.
"A
Globo não me colocou ali, não fui obrigada a ser a Teresa. Não sou uma
escrava de ninguém. Estou fazendo o papel com todo meu empenho, adesão e
entendimento humano da causa, que é a da pessoa que quer viver sua
natureza sem disfarce. Essas personagens são um esclarecimento aos mais
bloqueados de razão. É claro que aceitei o papel por isso. Graças a Deus
eu posso ir de Nossa Senhora à Teresa. Há um toque desse aí pela
internet, já viu?", disse.
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