Meus amados Irmão (as), Estamos no segundo domingo da quaresma, nos preparando para vivermos com intensidade, a Páscoa do Senhor Jesus!
Este tempo
reflexivo, nos sugere um retiro interior, um aprofundamento no mistério do
amor do Pai, bebendo da água viva que jorra do coração misericordioso de Jesus,
o nosso redentor!
Se estamos
enxertados em Cristo, não vamos ter
dificuldades em viver a nossa realidade dentro do plano de Deus, no
respeito e no cuidado com o que lhe é de mais precioso: a vida humana!
Junto com
a Quaresma, a Igreja nos apresenta a Campanha da
Fraternidade, com suas preocupações e desafios: “FRATERNIDADE: IGREJA E
SOCIEDADE”. Lema: “EU VIM PARA SERVIR” Mc10,45. É a Igreja no Brasil,
convidando-nos a seguir o exemplo de Jesus, nos colocando a serviço
do outro, prioritariamente daqueles que vivem às margens da sociedade.
Como
seguidores de Jesus, não podemos cruzar os braços diante a realidade de
tantos irmãos que sofrem a dor do abandono, do descaso, da indiferença...
Na liturgia deste tempo da Quaresmal há sempre
um apelo de conversão, a conversão nos abre à luz de Cristo,
nos tira da escuridão das trevas, nos faz enxergar e a desmascarar
os projetos que mantém o povo à sombra da injustiça.
Iluminados pela luz de Cristo, tornaremos uma luz peregrina, a
iluminar e a resgatar aqueles que são forçados a viver nas trevas, que são
impedidos de usufruir da liberdade conquistada com sangue de Jesus!
Em muitas
situações, ser luz, pode implicar grandes riscos, porém, o pior risco, é de não
aceitarmos o desafio de ser luz, o que pode nos condenar à
pior de todas as trevas: estar longe de Jesus!
Aproveitemos, pois, este tempo precioso para revisar o quanto
há de luz, e o quanto há de sombras em nossa vida!
Somos
filhos amados do Pai, que mais uma vez deseja percorrer o caminho que
Jesus percorreu, atualizando esta caminhada no contexto do mundo de hoje.
O Evangelho
que a liturgia deste domingo coloca diante de nós, nos mostra a belíssima cena
da transfiguração de Jesus!
“Jesus
tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre
uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas
roupas ficaram brilhantes e tão brancas, como nenhuma lavadeira sobre a
terra poderia alvejar.”
A
transfiguração de Jesus, foi o prenúncio do seu retorno glorioso ao Pai,
momento em que Ele apresenta aos discípulos uma pequena amostra do céu. Naquela
cena, Jesus revela aos discípulos a sua intimidade com o Pai,
assegurando-os da Sua ressurreição após sua morte de cruz!
Na
transfiguração, os discípulos Pedro, Tiago e João, puderam visualizar o
encontro de Jesus com o Pai, a partir de então, eles, que andavam tristes,
desapontados com as últimas revelações de Jesus, sobre a proximidade de
sua morte, se encheram de alegria, com a certeza de que a vida e ação de
Jesus não terminaria com a sua morte.
Jesus não
transfigurou-se diante de todos os discípulos, Ele escolheu apenas três
deles, para testemunhar a sua gloria junto ao Pai, um testemunho que só poderia
ser revelado aos outros discípulos, após a sua ressurreição.
Assim como
Pedro desejou construir três tendas para que eles pudessem ficar no alto da
montanha com Jesus, longe dos perigos e sem precisar batalhar a vida, nós
também, certamente desejaríamos o mesmo, essa pode ser a
nossa grande tentação dos dias de hoje: buscar a nossa comodidade sem
pensar no outro.
Ir a missa,
rezar, é muito importante, mas precisamos descer do alto da “montanha”,
ir mais além, andar com os pés neste chão duro, com olhar sempre voltado para
as margens do caminho, pois é lá, que estão os rostos desfigurados de tantos
irmãos, que contam conosco para se transfigurarem!
Precisamos sair de nossas tendas, do
nosso comodismo, descruzar os nossos braços, desvendar os
nossos olhos e nos por à caminho, pois há muito o que fazer pelo o outro!
O episódio da
transfiguração deve nos animar ao longo de toda nossa vida, especialmente
quando esta transfiguração nos mostra o lado positivo da cruz! Jesus nos ensina
com a própria vida a não temermos a cruz, Ele nos trouxe a certeza de que a
cruz não é um sinal de morte e sim, sinal de vida, pois a cruz leva ao
Pai.
Guardemos
dentro de nós, o brilho do rosto transfigurado de Jesus, o brilho que
nos servirá de farol, para iluminar os túneis escuras de nossa
vida.
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