Cólica forte e infertilidade são possíveis consequências da Endometriose
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A endometriose atinge a mais de 6 milhões de brasileiras em idade reprodutiva. Estima-se que 35% das mulheres com infertilidade têm endometriose, uma patologia que não tem cura é caracterizada pela presença do endométrio (tecido que reveste o útero no seu interior, e que se descama todos os meses em forma de menstruação) fora da sua localização habitual, que é dentro do útero. “A localização mais frequente da endometriose é nos ovários, nas trompas de Falópio, nos ligamentos que sustentam o útero e no revestimento da cavidade pélvica ou abdominal” explica Dra. Isa Rocha, ginecologista do IVI Salvador. É possível ter endometriose e não apresentar sintomas, no entanto as consequências mais frequentes da endometriose são dor e infertilidade.
A dor pode ocorrer exclusivamente no período menstrual, mas também pode haver sintomas gastrointestinais ou urinários se estes implantes de endometriose invadirem outras estruturas, como o intestino, a bexiga ou o reto. A infertilidade feminina relacionada com a endometriose pode surgir em virtude das alterações que podem ocorrer na anatomia pélvica como obstrução das trompas ou formação de cistos ovarianos de endometriose que, em alguns casos, necessitam de cirurgia, com a possível perda de tecido ovariano e risco de diminuição da fertilidade. Existem tratamentos, tanto médicos (normalmente a base de anticoncepcional) quanto cirúrgicos, e em muitos casos a obtenção da gravidez pode estacionar ou melhorar a evolução da doença.
Dra. Isa esclarece que nem sempre a endometriose está ligada à infertilidade, principalmente nos casos leves e que muitas mulheres com endometriose podem engravidar, seja de maneira natural ou mediante tratamento de reprodução Humana. A partir da suspeita de endometriose, o médico pode solicitar uma ressonância magnética ou ultrassonografia específica para a investigação de endometriose.
Luta de conscientização sobre a endometriose presente em Salvador
Marília Marques e Luciana Diamante,
coordenadoras do Gapendi |
Marília Marques, coordenadora do Gapendi que vive em Salvador, conta sobre a importância do grupo: “O grupo foi idealizado e formado por portadoras de Endometriose que conhecem bem como é conviver com uma doença tão dolorosa, enigmática e difícil de tratar. A endometriose é uma doença que mexe não apenas com o nosso físico, acarretando em fortes dores e declínio da qualidade de vida, mas também mexe bastante com o nosso emocional, principalmente, naquelas mulheres que nutrem o desejo de serem mães. Sabemos que uma das consequências da doença é a dificuldade da mulher de engravidar, porém sabemos também que com o tratamento efetivo e correto, muitas conseguem realizar este sonho sim, seja por vias naturais ou por auxilio da reprodução assistida”.
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