Solidariedade resiste ao sofrimento após estragos da chuva


Um pesadelo. Foi o que o técnico em telecomunicações Paulo Marcelo da Cruz, 40, pensou estar vivendo na madrugada da última segunda-feira, 27, ao ver os imóveis da comunidade do Barro Branco serem engolidos pela terra que deslizou da encosta após a forte chuva.

Parecia um sonho ruim porque, há 19 anos, viu uma cena parecida: ele é um dos sobreviventes da tragédia ocorrida no bairro em 21 de abril de 1996, quando 13 pessoas morreram soterradas com a queda de 900 m³ de terra sobre casas da região.
Marcelo continua morando no local e, dessa vez, perdeu a irmã, um sobrinho e um primo no desastre.

Sensação parecida foi compartilhada por Raimundo Bispo de Oliveira, 50, que deixou o bairro em 1996, após perder a mulher e os quatro filhos e, agora, retornou para ajudar . Marcelo e Raimundo são exemplos de quem consegue  driblar o sentimento de perda e atuar de forma positiva.

Marcelo não sabe ao certo como conseguiu forças, na última segunda, para escavar com as mãos a grande quantidade de lama que caiu sobre a casa dos seus familiares. Maior que a dor física, foi a o sofrimento pela perda da irmã Elaine Oliveira, 30; do sobrinho Roberto Ubiratã Jr., 16; e  do primo (Samuel Santos, 12.

"Ao ver aquela destruição, desci correndo e me atirei na lama para tentar salvar alguém. Infelizmente, não consegui", lamentou.

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