Eles
estão em todo lugar. Com a chegada do verão, são opções mais viáveis
para as pessoas que não podem arcar com o custo de um modelo de grife.
No centro de Salvador, é possível encontrar modelos que vão de R$ 15 a
R$ 35 reais. Azul, vermelho, preto e até de oncinha, eles estampam logos
de marcas famosas como os Ray Ban e Illestevas. Mas tanta beleza,
esconde também, muitos perigos. O uso desse tipo de acessório, pode
levar até a cegueira.
Segundo o diretor
médico da Alclin – Hospital dos Olhos, Andre Lavigne, entre usar um
óculos falsificado a não usar nenhum, é melhor ficar com a segunda
opção. “As pessoas imaginam que já que os óculos encontrados no camelo
tem a cor escura, que eles oferecem proteção, mas a proteção se da pelo
bloqueio causado pelo filtro ultravioleta e ultra infravermelho. Como
esses óculos são só escuros, não oferecem essa proteção, você tem uma
maior incidencia de raios. Quando estão em ambiente escuro, os olhos
dilatam, dessa forma, entra uma quantidade maior de luz, sem nenhum tipo
de proteção, o que vem a causar uma queimadura de córnea. Ou seja, é
melhor não usar óculos nenhum a usar esse tipo de óculos,” explica.
Ainda
segundo Lavigne, os prejuízos para quem costuma utilizar esse tipo de
utensílio, é a médio e longo prazo. “Os raios UV podem causar catarata
precoce, além de uma degeneração dos olhos, que vão ocorrendo com o
passar dos anos e levam a um caso de cegueira. Além disso, esses óculos
normalmente tem um tipo de grau, o que interfere na visão da pessoa,”
conta.
Mesmo sabendo dos riscos, Luana Rocha,
prefere apostar nos modelos que estão em alta, segundo ela, os
acessórios são utilizados somente em dias esporádicos. “Tenho um óculos
original e utilizo-o quando vou a praia ou sei que vou ficar muito tempo
exposta ao sol, fora isso, compro as réplicas para tirar fotos ou para
completar um look. Gosto de ter pelo menos um de cada cor, compro sempre
que vejo um modelo novo. Sei que faz mal, mas como uso por pouco tempo,
acredito que os danos são mínimos,” diz. Assim como Luana, boa parte
dos brasileiros esquece a recomendação médica.Em 2012, a venda de óculos
falsos representou 41% do total de vendas de óculos no país, de acordo
com levantamento do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade
(FNCP).
Segundo o vendedor ambulante, Paulo
Dias, quem mais procura o acessório, são os jovens. “Qualquer óculos
aqui é R$20 reais, se for lançamento pode chegar até a R$ 35. Mas as
vezes vem os grupos de estudantes, querem óculos de modelos iguais e
cores diferentes, já cheguei a vender cinco unidades por R$50 reais,”
conta.
Sobre o risco oferecido a visão dos
adolescentes, Dias diz que avisa que os acessórios não vêm com a
proteção recomendada e que é possivel procurar uma ótica, para adicionar
os filtros. “Quando eu vendo sempre aviso, ainda indico as óticas que
tem por aqui pelo bairro, mas pra falar a verdade, duvido que eles
escutem, jovem não se preocupa muito com a visão,” relata o vendedor.
O
diretor médico da Alclin – Hospital dos Olhos, Andre Lavigne, alerta
que o risco não está só nos óculos encontrados pela rua. “O que é
preciso fazer as pessoas entenderem que o risco não está só nos óculos
que compramos em barraquinhas nas ruas, para um óculos ser seguro ele
tem que ter o selo da Anvisa, essa é a proteção que nós temos,” pontua.
O que não pode faltar nos óculos de sol?
l filtros contra raios ultravioletas (UVA e UVB)
l certificação de que bloqueia a gama de radiação nociva
l lentes com formato adequado para o sistema ótico do olho – para enxergar sem aberrações
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