Uma cadela da cidade de Tanquinho, região
metropolitana de Feira de Santana, que fica a 100 quilômetros de
Salvador, chama atenção de moradores ao frequentar missas, velórios e
sepultamentos no município. Quando toca o barulho do sino, em alguns
instantes a cadela chega à igreja de Tanquinho.
Há
três anos que o ritual se repete e o animal não perde uma missa sequer.
Um dia, quando ela não foi, a população sentiu falta. "Todas
as missas, todas as procissões, todos os enterros, essa cachorra,
quando bate o sino, ele aparece e participa de toda cerimônia", conta o
padre Edmundo Almeida.
Segundo os
moradores de Tanquinho, o dono da cadela, que se chama Menina, viajava
bastante. Há informações de que uma dessas viagens demorou tanto que,
quando ele voltou para casa, a cadela não estava mais lá. Depois disso,
ela começou a andar pelas ruas da cidade e, misteriosamente, passou a
acompanhar todas as missas, procissões, enterros.
Quando
a missa acaba, ela acompanha o enterro, sempre na parte da frente da
cerimônia. A cadela ainda fica o tempo inteiro na missa de corpo
presente e, quando termina, ela segue com a família para levar o caixão
até o cemitério.
'Causos'
Segundo
uma moradora, Menina sempre acompanha os eventos da igreja com uma
garrafa na boca. Durante a missa, a cadela, na maioria das vezes,
assiste às celebrações embaixo do banco da primeira fila, mas também vai
para o cantinho da igreja.
"Minha cunhada
faleceu e na semana que ela faleceu, ela [a cadela] estava lá, na
cozinha dela. Ela visitou a casa, ficou lá um tempo deitada na cozinha.
Na casa de minha cunhada ela não tinha costume de ir", relatou a
professora Maria Luíza Oliveira.
Para o
conselheiro tutelar Carlos Lima, Menina não gostou quando ele ocupou o
espaço dela dentro da igreja. "No período da Semana Santa, nós fizemos
uma encenação e, em um dos momentos, eu me coloquei no local onde a
cachorra gosta muito de ficar durante as missas. Ao chegar [a cadela],
ao me encontrar no local, ela começou a latir, mas eu fiquei por ali.
Até o momento em que eu saí e ela tomou posse do local dela", contou.
A
cadela é tão fiel à igreja, que até ganhou uma roupa. "O costume que
ela tem de ir à igreja, eu achei que deveria fazer uma roupinha para ela
para estar sempre arrumada", revela a aposentada Maria da Silva. Os
mistérios são muitos, difíceis de explicar, mas enquanto isso, Menina
segue a rotina dela e não fica sozinha, pois o que não falta para essa
cadela é amor, carinho e companhia.
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