2015 19:20
Supermercados são uns dos ambientes que mais
estimulam o consumismo. Por lei e sob severas punições, esses
estabelecimentos não podem comercializar produtos vencidos. Em
Pernambuco, como em outros estados, se o cliente encontrar um artigo
fora da validade, pode receber o mesmo produto, em condições adequadas,
de forma gratuita e na mesma quantidade que desejava comprar. De acordo
com Flávio Sotero, Gerente de Fiscalização do Procon-PE, “esta é uma
medida adotada pela Associação dos Supermercados e é válido para os
estabelecimentos que aderiram ao Programa de Validade”. Ainda de acordo
com Sotero, não há nenhuma lei que obrigue o estabelecimento a tomar
esta medida, apenas que sejam comercializados produtos dentro do prazo. A
equipe do Portal LeiaJá visitou estabelecimentos do Recife e registrou
que consumidores utilizam a medida com práticas julgadas de má fé por
funcionários de supermercados. “Tem gente que vive disso, fazendo essa
prática. A equipe já conhece esses clientes”, contou o gerente de uma
das lojas - localizada na Zona Norte da capital - de uma grande rede de
supermercados, Diego Pena. A encarregada de sessão, Edilene Magalhães,
contou que essas pessoas vão à loja dias antes, analisam as datas e
voltam no dia que os produtos vão vencer. “Eles chegam aqui antes mesmo
da loja abrir, mas isso diminuiu porque foi adotado, pela rede, um
sistema que realiza a brigada de validade, para fazer o controle de
quando cada produto sai da validade”, explica. Em outras lojas, a
realidade é a mesma. “Tem até aqueles que escondem o produto pra no dia
do vencimento voltar e apresentá-lo para levar outro de graça”, conta um
gerente de um estabelecimento, no bairro de Casa Amarela, que não quis
se identificar. De acordo com o gerente Wellington Albuquerque, de
supermercado situado no bairro da Encruzilhada, também na Zona Norte,
“têm pessoas que andam a loja toda e não levam nada, somente observando
as validades. A gente não considera essas pessoas clientes porque agem
de má fé. Cliente é aquele que, por acaso, durante a compra, encontra o
produto e nos informa”. Os funcionários contam que não há data
específica para essas pessoas aparecerem e é uma visita constante.
Apesar de recriminarem a atitude dos 'caçadores de validade', todos os
estabelecimentos visitados afirmaram que a medida é rigorosamente
cumprida.
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