Teste de zika só é eficaz quando feito preferencialmente nos primeiros cinco dias

O exame capaz de identificar o o zika vírus só tem eficácia quando feito, preferencialmente, nos cinco primeiros dias de sintomas. Com a semelhança com os indícios de dengue e chikungunya, o teste é a única maneira de esclarecer qual virose o paciente contraiu.
 
Nos próximos dias, o Ministério da Saúde deve divulgar o protocolo de atendimento para a zika, mas especialistas já alertam que grávidas devem procurar atendimento médico assim que perceberem os primeiros sintomas.
 
Para a detecção do vírus após os primeiros cinco dias, se faz necessário um exame de detecção de anticorpos, o que ainda não existe para a doença. Segundo o Estadão, o exame está sendo desenvolvido nos diversos laboratórios públicos do país e, em breve, deve estar disponível. O exame que detecta a presença de zika no período de sintomas é o RNA PCR. Ele identifica a doença através do sequenciamento genético do vírus.
 
"Depois dos primeiros dias de infecção, quando o organismo produz anticorpos, eles grudam no vírus e não se consegue mais encontrar o material genético. Isso é variável. Nem todos os organismos reagem ao vírus no mesmo tempo. Ele começa a passar para outras regiões e não se consegue detectar no sangue", explica o patologista Hélio Magarinos Torres Filho, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica no Rio de Janeiro, ao Estadão.
 
Torres Filhos esclarece que, em alguns casos, o material genético do vírus pode ser encontrado até o décimo dia, mas alerta que, se o resultado der negativo nesse período, não há garantia de que a pessoa não tenha sido infectada antes. O teste detecta a presença de ácido ribonucleico (RNA), responsável pela síntese de proteínas da célula. Na primeira etapa, ele identifica o vírus, na segunda, faz o sequenciamento genético para identificar qual dos agentes infectou o organismo.

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