Escolher escola do filho exige equilíbrio e sensibilidade

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A escolha da escola onde matricular o filho é uma das decisões mais complexas que os pais precisam tomar. É necessário que sejam analisados vários pontos, que vão desde qualidade da educação ao preço ofertado pelas instituições. A educação infantil reflete nas decisões e resultados futuros que podem repercutir em toda a família. O principal ponto de partida é estabelecer o que se espera do colégio. Determinar fatores importantes, como proximidade, espaço físico, opção de período (matutino, vespertino ou integral) e oferta de cursos extracurriculares, ajuda a filtrar aprocura. Cada família tem as próprias peculiaridades a considerar. "Verifico a missão e os valores da escola, e se tem princípios religiosos, pois sou católica. Estrututa, acessibilidade, referências e indicação também contam", pontua a esteticista Luziane Ribeiro, 28, mãe de Lara, 3. A analista de atendimento Fabiana Souza, 32, também estabelece critérios para a escolha: "Toda mãe faz uma série de buscas e visitas. Seja pela escola próxima de casa, do trabalho, o método de ensino, os docentes e a segurança", declara a mãe de João Victor, 4.
A orientadora pedagógica Érika Dourado alerta para a superoferta de pré-escolas, que prometem o desenvolvimento das crianças. "A disputa, muitas vezes, ultrapassa o limite ético e descamba para a propaganda barata", adverte Érika. Ela ainda alerta para o fato de que crianças menores não estão preparadas para aprender da mesma forma que as mais velhas: "A pré-escola deve ser, sobretudo, um ambiente seguro e estimulante, supervisionado por profissionais preparados". Conversar com a equipe pedagógica a respeito da metodologia e propostas é fundamental.
"Outra dica é visitar o site institucional, pois costuma ser uma boa vitrine do trabalho desenvolvido ao longo do ano. A relação estabelecida entre os alunos e os profissionais é outro fator importante a ser observado", exemplifica Érika. Fabiana conta que mantém sempre um diálogo com a coordenação, seja por visitas à escola ou recados na agenda do filho. "É importantíssimo esse estreitamento entre ambos. Afinal, é a equipe pedagógica que vai auxiliar. A conversa deve ser franca. Desde o comportamento do meu filho ao desempenho nas atividades", acredita a analista de atendimentos.
Fabiana diz, ainda, que foram essas conversas que a ajudaram a desenvolver o lado social do filho, que era uma criança retraída. Também deve ser considerada a busca de referências com outros pais, para compreender um pouco mais sobre a instituição escolhida para matricular as crianças. Parentes e amigos costumam ser bons indicadores, por compartilhar opiniões parecidas.
Qualidade x preço
No momento da procura, é substancial que a mensalidade se adapte à realidade financeira do responsável. A orientadora pedagógica pondera que, nem sempre, o alto custo de uma mensalidade significa boa qualidade educacional.
"Opte por uma escola em que o seu filho sinta-se bem com a convivência entre os colegas e a equipe escolar. Bons resultados na aprendizagem refletem a qualidade acadêmica", aconselha Érika Dourado.
Luziane concorda: "Mesmo com a crise, não dá para abrir mão da qualidade do ensino. Esse é um ponto essencial. Mas o preço pode ser pesquisado, sim", pensa.
Familiarização
É normal que a garotada tenha medo do desconhecido. Crianças que estão iniciando a idade escolar levam mais tempo para se desligar da presença dos pais. O ambiente escolar precisa transmitir segurança e conforto para elas.
"Antes de iniciar meu filho na escola, eu o levei para conhecer e se familiarizar. Acredito que o diálogo e a paciência andam juntas. Ele precisa sentir que aquele ambiente é o novo, mas não ruim", esclarece Fabiana.
A orientadora explica que existe um período de adaptação nos primeiros dias.
Porém, se a família dos alunos e a escola perceberem que existem divergências entre as expectativas de ambos, aí é o momento de conversar.

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