Um livro a cada 2,4 dias: John Sutherland, autor, crítico de livros colunista e professor emérito de Literatura Inglesa Moderna na universidade UCL, em Londres, diz que em 2015 leu aproximadamente 150 livros. "É bastante", afirma. E o fato de que ele os lê em seu tablet permite passar as páginas em alta velocidade. "Desse jeito não fico com o dedo dormente e também evito que o próximo leitor contraia uma doença", brinca. A vida de um leitor profissional, no entanto, depende de sua capacidade de avançar pelas palavras o mais rápido possível, retendo o máximo de conhecimento que puder. No ano passado, Sutherland terminou um livro aproximadamente a cada 2,4 dias. "Passo quatro páginas de vez se tiver que fazê-lo", afirma.
Dois mil em uma vida: Quando estava na escola, o britânico Tony Buzan fez um teste de velocidade de leitura, que detectou sua capacidade de ler 213 palavras por minuto. "Pensei que era um leitor muito rápido. Mas perguntei a uma garota da minha sala o resultado dela, e ela tinha conseguido 300. Me senti péssimo." Decidido a melhorar suas habilidades, Buzan praticou leitura rápida em casa e pesquisou sobre a física do olho. Ele também aprendeu sobre focalização ocular e sobre o agrupamento de palavras para poder lê-las como um só fragmento. Ele descobriu, por exemplo, que era possível ler mais rápido depois de fazer exercícios físicos. E em pouco tempo dobrou sua velocidade de leitura. Hoje ele é consultor de leitura rápida e memorização, e acredita que o número de livros que lemos é, sim, importante. "Em vez de ler, não sei, mil livros na minha vida, agora talvez leia dois mil. Isso pode mudar minha existência", afirma. Eis os seus conselhos para ler mais livros:
- - Aprenda a usar seus olhos para ler mais rapidamente;
- - Fique em boa forma física, para que o seu cérebro tenha mais oxigênio;
- - Aprenda a memorizar capítulos e até livros inteiros;
- - Leia sobre o cérebro e seu funcionamento;
- - Crie um grupo de leitura rápida e estudo com seus amigos.
Um pouco a cada 15 minutos livres: O revolucionário russo Leon Trostsky também se aproveitou do tédio para ler. Durante os dois anos que passou na prisão, lia da manhã até a noite. Desde a ficção clássica europeia, passando pelas pesquisas de Darwin até as teorias de Lênin sobre o comunismo. A ex-professora de leitura da universidade de Dorchester, na Inglaterra, Ginny Williams-Ellis fundou a organização beneficente Read Easy para ajudar pessoas analfabetas. "Os livros não são prioridade para as pessoas com quem trabalhamos. A motivação delas é aprender a ler listas de compras, etiquetas de latas, jornais, as palavras da vida diária", explica. Mas o aprendizado frequentemente leva alunos a se tornarem aspirantes a superleitores. "Muita gente se emociona quando aprende a ler. Trabalhamos com uma cabeleireira que agora lê um romance por noite." Russell entende a fascinação. "Nas nossas vidas, só vemos a superfície das pessoas. A ficção nos leva a suas mentes, a seus pensamentos e motivações. Os romances nos levam a lugares que de outra forma nunca veríamos. A leitura pode ter um efeito surpreendente sobre nós." A jornalista e "treinadora" literária Glynis Kozma aconselha os leitores a tirarem alguns minutos de cada um dos seus compromissos para ler. "Em vez de pensar que o que você precisa é sentar-se e ler durante uma hora, tente utilizar pequenas quantidades de tempo", diz, "Leia durante 20 minutos, enquanto espera o jantar ficar pronto no forno. Use cada 15 minutos livres que tiver." Kozma tenta ler um livro por mês, mas nem sempre consegue. "Acho que muita gente se sente culpada com relação à leitura. Estamos todos tão ocupados que fica difícil justificar o uso do tempo livre", conclui.
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