Recém-nascidos: o que fazer para evitar a dor dos bebês

Os bebês mal nascem e já precisam passar por uma série de situações desconfortáveis e, muitas vezes, até doloridas. Exames, vacinas, aspirações... Quando há agravantes, como a prematuridade, por exemplo, eles precisam ser entubados e são submetidos a vários procedimentos que podem até parecer simples, mas, para quem acaba de chegar ao mundo, é bem assustador. Para evitar ou minimizar a dor nos recém-nascidos, a Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou, na última edição da publicação oficial Pediatrics, uma atualização das recomendações sobre a conduta médica com os bebês. Como os bebês não falam e, é claro, não conseguem dizer o que estão sentindo, onde está doendo, nem pedir para o pediatra ir mais devagar, é necessário redobrar a atenção aos sinais de sofrimento e aumentar o uso de métodos que podem prevenir ou atenuar a dor. “A prevenção da dor nos recém-nascidos deve ser uma meta de todos os pediatras e profissionais de saúde que trabalham com cuidados neonatais, não só porque é ético, mas também porque exposições repetidas à dor têm um potencial para consequências danosas”, diz o texto.
Dor pode ter consequências graves ao desenvolvimento: Essa preocupação com a dor já existia. Afinal, o papel do médico é cuidar do paciente e fazer com que ele se sinta bem, ainda que ele não saiba bem ao certo como se expressar. Inclusive, já havia uma série de recomendações da própria academia sobre isso. No entanto, os especialistas acharam necessário reforçar e ampliar a lista de orientações. “As sequelas [por conta da dor nas primeiras horas e nos primeiros dias de vida do bebê] incluem instabilidade fisiológica, alteração no desenvolvimento cerebral e anormalidades no desenvolvimento neurológico, sensorial e nos sistemas de resposta ao estresse, que podem persistir por toda a infância”, explica o documento da AAP.
As principais recomendações: Há diferentes maneiras de amenizar a dor nos procedimentos pelos quais o bebê precisa passar no início da vida. De acordo com a publicação divulgada pela Pediatrics, muitas delas são pouco utilizadas. Os métodos não-farmocológicos, ou seja, que não envolvem o uso de medicação ou de analgesia, são vários. Muitos deles são simples e estão ao alcance na maior parte das situações. Nos casos em que isso é possível, amamentar o bebê enquanto o teste do pezinho é realizado ou quando é preciso retirar sangue para um exame, por exemplo, pode diminuir o estresse, o tempo que o bebê chora e evitar que a frequência cardíaca aumente tanto, por causa da tensão. Outras atitudes, como segurar o bebê no colo, cantar, conversar com ele e olhar nos olhos, ainda que seja em ambientes e momentos que não permitam a presença dos pais, também são atitudes que ajudam muito. Eles também orientam uma avaliação rigorosa para saber quando vale a pena administrar remédios para aliviar a dor, considerando a eficácia do medicamento e a segurança da criança.
Mais estudos: De acordo com a Academia Americana de Pediatria, faltam estudos sobre a prevenção e a diminuição da dor em bebês e essa é justamente outra recomendação dessa revisão. Um dos itens pede que os especialistas conduzam mais pesquisas sobre os cuidados e também sobre as ferramentas e os métodos para medir a intensidade da dor nesses procedimentos. Outro ponto importante que aparece no documento é que todas as instituições que tratem de recém-nascidos devem ter diretrizes básicas para prevenir e gerenciar o sofrimento dos pequenos pacientes nesses procedimentos de rotina. Na atualização, os especialistas afirmam ainda que é essencial que os pais também recebam orientações sobre como lidar com a dor da criança para dar continuidade aos cuidados em casa.

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