Nesta segunda-feira (25), o Senado elege os
parlamentares que formarão a comissão especial que analisará o processo
de impeachment em um cenário no qual a presidente Dilma Rousseff conta
com apenas cinco votos entre os 21 integrantes. De
acordo com O Globo, apesar da larga desvantagem, o governo e o PT dizem
acreditar em uma virada para evitar a admissibilidade do processo, que
levaria a um afastamento de Dilma por 180 dias.
Mas
já trabalham também para que, no cenário de derrota, além de possíveis
questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), como já admitiu o
advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, seja formado até um
“tribunal internacional” com juristas estrangeiros para acompanhar o
julgamento final no Congresso — uma estratégia sem valor jurídico para
tentar influenciar a opinião pública. O comando do colegiado deve ficar com uma dupla que tem a discrição como ponto em comum.
Antonio
Anastasia (PSDB-MG) e Raimundo Lira (PMDB-PB), relator e presidente,
respectivamente, devem ser confirmados amanhã para as funções durante a
instalação da comissão. Os dois são descritos como extremamente leais a
seus partidos, o que significa que é dada como irreversível a posição
contra o governo. Os petistas criticam a indicação de Anastasia
justamente por afirmar que ele já tem “voto pronto” no caso. Anastasia é
o braço-direito do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, em Minas
Gerais.
A eleição da comissão pelo plenário
deveria ter ocorrido semana passada, mas o PT conseguiu, com ajuda do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiar essa etapa. O
governo quer alongar o processo ao máximo porque, além da desvantagem na
comissão, não teria como resistir no plenário, onde a oposição precisa
de 41 votos; e 48 senadores já se dizem a favor do afastamento, em
enquete do GLOBO.
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