O Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu
explicações à Prefeitura de São Francisco de Assis, na Região Central,
sobre a abertura de uma licitação para aquisição de 32,4 mil garrafas de
espumantes. A bebida estava incluída na compra de alimentos que seriam
destinados a creches e escolas municipais. Entre os 234 itens da
licitação, chama a atenção a aquisição de 2,7 mil caixas com 12 unidades
de espumante. No entanto, a licitação foi aberta para a compra de
gêneros alimentícios. A cidade tem pouco mais de 19 mil habitantes. Ou
seja, se cada morador ganhasse um espumante, ainda sobrariam 13 mil
garrafas. O edital é específico quanto aos tipos de espumantes
solicitados: um lote seria de Carta Nevada, importado da Espanha, "com
envelhecimento de 12 meses em barricas de carvalho". O outro seria de
Rosé Brut, e teria de "harmonizar com carnes, arroz e massa". Além
disso, os espumantes devem ser de origem espanhola. O prefeito da
cidade, Horácio Brasil, diz que os espumantes foram incluídos por engano
na lista, e que uma investigação interna foi aberta para identificar
como isso aconteceu. As bebidas deverão ser retiradas do certame. "Com
certeza algum funcionário colocou esse pedido, mas jamais na minha
intenção", afirma o prefeito Horácio Brasil. "Acredito que não
perceberam, porque não deveriam ter colocado essa quantidade. No meu
ver, isso é exorbitante e eu não aceito", analisa. Moradores criticaram a
licitação. "O município num estado de calamidade, declarado estado de
emergência eles licitando para fazer compra dessas", reclama o
empresário Sérgio Garcia.
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