É fácil dar um exemplo que muita coisa é relativa
no futebol. Imagine seu time com 70% de aproveitamento e com apenas
cinco derrotas em seis meses de temporada. Rendimento de campeão. Aí vem
a teoria da relatividade: este desempenho é do técnico Doriva,
pressionado por parte da torcida tricolor e que precisa vencer o
Paysandu hoje, às 19h15, na Fonte Nova, pela sexta rodada da Série B.
Explicar
a relatividade do bom desempenho do Bahia, mas entrelaçado com a
insatisfação, é menos complicado que prova de física no Enem. Apesar dos
20 triunfos em 31 jogos, o elenco de Doriva foi eliminado na segunda
fase da Copa do Brasil, caiu na semifinal do Nordestão, não conseguiu o
tricampeonato estadual e ainda está fora do G-4 na segundona, em sétimo
lugar.
Os triunfos também não convenceram
tanto a torcida, que tem lá suas razões. Se o aproveitamento do
Esquadrão é de 70% este ano, cai para 45% se colocado apenas diante de
adversários que estão na Série A ou B. Na primeira divisão, pegou
Vitória, Santa Cruz e América Mineiro. Na Série B, enfrentou o Náutico,
Joinville, Vasco, Paraná e Avaí.
No último
empate sem gols com o Náutico, terça-feira, na Fonte Nova, o conflito
entre torcida e técnico Doriva ficou evidente com as vaias no final do
jogo. O treinador foi contra, mas está ciente que precisa da vitória
para não ver seu futuro no Bahia em risco de chegar ao fim absoluto. É
ganhar para dormir no G-4. O tricolor tem oito pontos, dois a atrás do
quarto colocado Criciúma. A rodada termina amanhã.
A
única vez que o Papão venceu o Esquadrão em solo baiano foi em 1982,
pela Série A da época. Um número bom, mas relativo. Ano passado, o
representante paraense foi o estopim para demissão de um outro treinador
tricolor. Após empate por 0x0, em Belém, também pela Série B, o técnico
Sérgio Soares foi demitido do Bahia, com 57% de aproveitamento no
cargo.
Mudanças no time
Sabendo
que há muita coisa em jogo no duelo de hoje, Doriva resolveu mexer no
time. O Bahia entra contra os paraenses com três mudanças em comparação
ao empate com o Náutico. Na defesa, Lucas Fonseca retorna no lugar de
Éder. O meio será mais povoado com a presença de Danilo Pires no lugar
do atacante Luisinho. Na lateral direita, sai Tinga, entra Hayner.
Thiago Ribeiro está de volta, mas começa no banco.
Para
Juninho, o momento é de superação. De suportar as críticas da torcida e
tirar proveito disso contra o Paysandu, acertando o calibre. “É mais do
que normal cobrar porque a torcida está indo, apoiando. No final da
partida, não conseguindo o resultado, a impaciência bate, e eles vão
cobrar. Cabe a nós trabalhar, manter a concentração, dar o melhor dentro
de campo e conquistar o triunfo”, disse o meia.
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