Quem nunca teve a
curiosidade de entrar no perfil do parceiro(a) para dar aquela
“espiadinha”? Para muita gente, esse desejo é quase que inevitável. O
problema é que, se no mundo real, já existem estímulos suficientes para
causar desavenças entre os casais, no virtual é ainda pior. Por isso, é
tão fácil encontrar relacionamentos que terminaram por causa de janelas
de bate-papo ou um emoticon suspeito. Assim, mesmo que a
internet não tenha criado a insegurança ou o ciúme, não há dúvidas de
que ela potencializou e, muito, esses sentimentos.
Uma pesquisa de 2013, feita pela
Universidade do Missouri (EUA), concluiu que pessoas que navegam por
mais de uma hora na rede social têm relações mais turbulentas. No Brasil
não há muitos materiais sobre isso, mas os impactos podem ser
facilmente percebidos. Diante disso, alguns casais por medo de
prejudicar a relação optam por ter contas compartilhadas ou acabam por
até mesmo excluir seu perfil na rede social. A falsa sensação de poder
controlar o outro, diante do que é postado e compartilhado na internet,
traz prejuízos para muitos casais, independente do tempo que estão
juntos.
Contudo, vale a pena lembrar que, muito
antes desses recursos existirem, a infidelidade já era algo corriqueiro,
por isso, não podemos responsabilizar essas tecnologias por
incentivarem ou criarem oportunidades para a infidelidade.
Por meio da minha experiência na
clínica, consigo listar alguns comportamentos recorrentes entre casais
que sentem seu relacionamento afetado pelas redes sociais, confira!
Principais disparadores de ciúmes:
- recados de amigos com sentido ambíguo;
- adicionar pessoas que o parceiro(a) não tem conhecimento;
- adicionar fotos de cunho sensual sem o consentimento do parceiro(a);
- elogios, apelidos carinhosos que podem soar como se estivesse algo entre os dois e,
- trocar mensagens privadas com certo grau de intimidade sem o conhecimento do parceiro(a).
Essas são apenas algumas dentre as
inúmeras situações que podem instalar o conflito entre o casal que,
certamente, irá precisar de muito diálogo por parte dos seus componentes
para possíveis esclarecimentos.
Mas, afinal, como lidar com esse sentimento? Quais são os limites?
O importante é que o casal acorde alguns
limites em relação ao comportamento que será adotado nessas mídias.
Regras que não são combinadas acabam se tornando motivo de brigas e
discussões recorrentes. Muitos casais combinam o que vão publicar, que
momentos compartilhar, se vão ou não postar fotos sozinhos, vídeos do
casal, mensagens que irão postar no perfil do parceiro(a), etc.
A partir do momento que essa ferramenta
se torna um problema ou uma dificuldade para a vida íntima entre os
parceiros, é necessário o casal repensar no seu uso e não obrigar seu
parceiro(a) a eliminar o uso da rede social, se este não for o seu
desejo. Como já comentei anteriormente, a ferramenta não deve ser usada
como uma garantia de fidelidade no relacionamento. Se for utilizada como
uma forma de rastreamento, pode ser prejudicial à própria pessoa que
acredita estar controlando o outro, potencializando sentimento de
insegurança e baixa estima. Como em todas as relações a confiança, o
diálogo e, principalmente, o amor entre o casal têm que ser preservados.
Assim, para não ver sua relação se
desgastar ou até mesmo ser comprometida por completo, os casais devem
buscar formas mais adequadas de se comportar na rede e, nesse caso, nada
melhor para ter sucesso do que usar de muito bom senso.
buscar formas mais adequadas de se comportar na rede e, nesse caso, nada melhor para ter sucesso do que usar de muito bom senso.
Tatiana Leite é
graduada em psicologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com
especialização em terapia familiar e de casal pela Pontifica
Universidade Católica (PUC/SP) e Pós-graduação em Sexualidade Humana
pela Faculdade de Medicina da USP. Informações: (11) 9. 98644-0000.
(Editado por Tribuna do Recôncavo | Informações: InformaMídia
Comunicação)
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