O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara
dos Deputados aprovou nesta terça-feira o parecer favorável à cassação
do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O texto é de
autoria do deputado Marcos Rogério (DEM-RO). Por 11 votos a 9, o parecer
foi aprovado. A fase seguinte é a votação em plenário, onde são
necessários 257 dos 512 votos para que Cunha seja cassado.
Considerada
autora de um dos votos decisivos para a abertura do processo, Tia Eron
(PRB-BA) votou "sim" ao parecer que pede a cassação de Cunha. "Não posso
absolver o representado. Quero votar sim com o relatório", disse Tia
Eron. O presidente afastado da Casa é acusado de mentir na CPI da
Petrobras, ao negar ser o dono de contas não declaradas no Exterior.
O
processo contra Cunha tramitou por quase oito meses, sendo o mais longo
da história do Conselho de Ética. Antes da votação, a defesa de Cunha
criticou o relatório de Rogério. O advogado Marcelo Nobre afirmou que as
90 páginas do documento não apresentam provas. "Eu não preciso de 90
páginas, preciso de uma linha: cadê o número da conta, do nome do banco e
em nome dele (de Cunha). Cadê a conta?", enfatizou.
O
relator do parecer, por sua vez argumentou que Cunha deve ser cassado.
"Em termos técnicos, os trustes criados são empresas de papel, de
laranjas de luxo, que nada afasta o deputado de se utilizar de
engenharia financeira e dissimular recebimento de propina. Creio que a
única sanção aplicável é a perda do mandato", reafirmou.
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