Capital: Turistas reclamam de assédio na abordagem de ciganas e ambulantes



Basta colocar o pé em alguns dos principais pontos turísticos de Salvador, como o Pelourinho e o Mercado Modelo, para o assédio começar. “Vai um colar aí, patrão?”, diz um ambulante. “Posso ler a sua mão?”, fala uma cigana. Para alguns turistas, a forma de abordagem de algumas pessoas destes grupos chega a ser abusiva e até mesmo constrangedora, fazendo com que a expectativa de um passeio pacato torne-se um transtorno.Na manhã de ontem, o movimento de visitantes no Mercado Modelo foi tranquilo, com muita gente querendo aproveitar o dia de sol na capital baiana para conferir as belezas e a história da cidade. O problema era, justamente, a forma de abordagem tanto de alguns ambulantes, sobretudo ciganas. Elas estavam em grupos e, à medida que as pessoas iam entrando ou saindo do local, realizavam o assédio. Algumas, inclusive, chegavam, até, segurar o braço dos turistas enquanto eles tentavam caminhar, após os mesmos darem diversas negativas.Já outros visitantes até paravam para ouvir o que elas tinham a dizer e permitiam a leitura das mãos. Após a “consulta”, um casal de turistas, com duas filhas, acabou pagando o valor cobrado por uma das ciganas. A situação transcorre da mesma forma ao longo do dia, mesmo com um grupo de policiais militares fazendo a ronda ali perto, sem que elas fiquem intimidadas.
MEDO
Com relação aos ambulantes, a história se repete. De chapéus a peças de artesanato, diversos itens são oferecidos aos turistas que, muitas vezes coagidos, acabam tendo de pagar o valor cobrado pelos vendedores. “Eu fico com medo com a forma que eles chegam. Acho que deveriam ser mais educados, perguntar se queremos dar uma olhada, já que sou evangélica. É preciso mais respeito”, disse a professora, Lucileide Mendonça, que veio de Fortaleza, no Ceará.A turista relatou que, no último sábado, acabou sofrendo uma queda na região do Farol da Barra ao tentar se desvencilhar de um vendedor de colares. No acidente, ela teve ferimentos no nariz e no cotovelo, além de ficar com a lente de um dos óculos quebrada. Já pela segunda vez na capital baiana, a enfermeira, Aline da Silva, de Brasília, relatou uma situação constrangedora na primeira vinda a Salvador. “O vendedor colocou uma fitinha no meu braço, inicialmente dizendo que não tinha custo para, depois, me cobrar o valor de forma irritada. Eu me senti acuada e pressionada a fazer a compra”.
PERMISSIONÁRIOS
Para o presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Modelo (Ascomm), Fausto Reis, a atuação desses grupos traz prejuízos à imagem da cidade. “Afinal, o local é um cartão postal. Nós já cobramos isso há bastante tempo e falta as autoridades competentes corrigirem. Já ouvimos relatos de turistas que não sabiam da situação e, ao passar pelo constrangimento, dizem que não voltam mais”, alertou.(Tribuna Da Bahia)

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