O governo já arrecada muito e por isso não precisa
aumentar os impostos para melhorar a qualidade dos serviços públicos
prestados à população. A avaliação é de 81% de brasileiros consultados
em pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao
Ibope e divulgada na terça-feira (12).
O
levantamento aponta que o percentual que considera os impostos no Brasil
muito elevados passou de 44% em 2010 para 65% em 2016. E dos que
consideram que os impostos vêm aumentando muito subiu de 43% em 2010
para 83% este ano.
E que 70% concordam que a
baixa qualidade dos serviços públicos é mais consequência da má
utilização dos recursos arrecadados do que da falta deles. Ainda: para
84% dos entrevistados, os impostos no Brasil são elevados ou muito
elevados e 73% são contra o retorno da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF).
Saúde e
segurança são os serviços públicos mais mal avaliados pela população.
Com base na opinião dos entrevistados pela pesquisa foi construído um
índice que vai de zero a 100. Valores superiores a 50 representam a
parcela da população que considera o serviço de alta ou muita qualidade e
aqueles abaixo de 50 indicam maior avaliação negativa do serviço.
A
saúde e a segurança têm as piores avaliações entre 13 serviços
analisados. Receberam os índices mais baixos: 20 e 22 pontos. Nenhum dos
serviços alcançou índice acima de 50 pontos. Os que tiveram a melhor
avaliação foram o fornecimento de energia elétrica e os Correios, com 48
e 46 pontos, respectivamente.
Para 80% dos
entrevistados, o governo deve reduzir as despesas atuais para diminuir
os déficits orçamentários e 59% consideram que os gastos públicos
subiram muito nos últimos anos. Entre os que recomendam o corte de
gastos, a prioridade deve ser reduzir o custeio da máquina pública - na
opinião de 32 - e os salários dos funcionários públicos, para 22% dos
entrevistados.
Para os que acham que o
governo deve manter os gastos, foram apresentadas três opções para
estabilizar as contas. E 42% disseram que o governo deve vender ou
conceder bens e estatais à iniciativa privada, 17% defenderam a criação
de impostos e 12% acham que é melhor aumentar a dívida pública. Outros
30% não souberam responder.
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