“Em termos de saúde pública, a meningite bacteriana se destaca pela gravidade, pois está associada a uma mortalidade importante. A meningite meningocócica, especialmente, evolui de forma bastante rápida e pode com certa facilidade causar epidemias em moradias estudantis e bases militares, por exemplo. Se não receber o tratamento adequado com urgência, a pessoa infectada pode morrer em apenas 24 horas”, afirma o infectologista pediátrico José Geraldo Ribeiro, professor de Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.Apesar da gravidade da meningite, é possível se proteger da doença por meio da vacinação. Por isso, é importante alertar a população sobre os riscos associados às meningites pneumocócica e meningocócica, reforçando a importância da prevenção. Vale ressaltar, contudo, que como são causadas por bactérias diferentes, essas duas formas de meningite devem ser prevenidas com vacinas distintas
Proteção
A vacinação é o meio mais eficaz para a prevenção das meningites pneumocócicas e meningocócicas. Entre as opções de vacinas pneumocócicas está a Prevenar 13, da Pfizer, que oferece proteção contra os 13 sorotipos do pneumococo mais prevalentes em todo o mundo, muitos deles resistentes a antibióticos. Aprovada em mais de 120 países, Prevenar 13 pode ser administrada em crianças e jovens de 2 meses a 17 anos de idade, bem como em adultos com 50 anos ou mais.Em outra frente, a vacina Nimenrix é indicada para a prevenção contra a meningite meningocócica provocada pelos sorogrupos ACWY da bactéria Neisseria meningitidis. Ela pode ser administrada em crianças a partir dos 12 meses de idade, adolescentes e adultos. Atualmente, no Brasil, o sorogrupo C é o mais prevalente. “A Sociedade Brasileira de Imunizações e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam a vacina quadrivalente porque outros sorogrupos, como o W, estão crescendo no País. Além disso, sempre é possível ter contato com estrangeiros, vindos de países onde predominam outros sorotipos”, diz o médico.
Pneumococo X meningococo
Parte da população é portadora do pneumococo e do meningococo sem apresentar sintomas, mas mesmo assim é capaz de infectar outras pessoas. Assim, quando um portador tosse ou espirra, pode transmitir o micro-organismo às pessoas suscetíveis, principalmente quando há convívio ou proximidade com o indivíduo. Por isso, o contágio é mais comum entre pessoas que residem na mesma casa ou compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, bem como em escolas e creches.Ao penetrarem no organismo, as bactérias responsáveis pela meningite invadem a corrente sanguínea e chegam ao cérebro. Os sintomas das meningites pneumocócicas e meningocócicas são semelhantes: dor de cabeça forte, febre, vômito, rigidez na nuca e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. O exame laboratorial determina qual é o agente causador.Enquanto a doença pneumocócica (meningite e pneumonia) costuma afetar principalmente populações com o sistema imunológico mais frágil, como pessoas acima de 60 anos e crianças pequenas, a meningite meningocócica, embora também seja frequentemente identificada em crianças menores, costuma acometer ainda outras faixas etárias, como adolescentes e adultos jovens. A doença pode provocar um sério comprometimento do sistema nervoso central, podendo levar a alterações motoras e deficiências visuais ou auditivas, além de ferimentos e amputações.
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