Salvador tem 16.447 superendividados



A dívida, mesmo quando renegociada, continua sendo superior ao salário e por isso mesmo não tem como ser paga. O drama atinge 9,1% das famílias brasileiras, conforme a mais recente pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) referente a junho deste ano. Em Salvador, há um universo de atendimento de 16.447 consumidores registrados no órgão no mês de junho super-endividados.Em 10 dias, o Cadastro de Superendividados da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL) já cadastrou 44 consumidores que são considerados super endividados.O serviço foi criado no último dia 11 deste mês e destina-se a atender aqueles consumidores que possuem dívidas mas não encontram condições de pagá-las, mesmo quando renegociam os débitos com os credores. O problema reúne aproximadamente mais de 200 mil pessoas de um universo de 2,5 milhões de baianos com o nome negativado no Serviço de Proteção ao Crédito.A criação do Cadastro dos Superendividados foi resultante da parceria da CDL de Salvador com o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e integra no conjunto de serviços oferecidos a população endividada, a oportunidade de renegociar gratuitamente seus débitos junto aos credores. O sérviço só é disponível para pessoa física, de boa fé, que comprove ter adquirido bens, serviços ou crédito, e que mesmo com a renda atual não consegue quitar a dívida contraída junto às empresas.Em nota, a Assessoria da CDL explicou que o consumidor considerado super endividado é aquele que tem o perfil de inadimplência altíssimo, com dívidas que não consegue pagar. O serviço é totalmente gratuito, e pode ser solicitado na sede da CDL ou no Centro Universitário Jorge Amado, onde existe um núcleo jurídico para atendimento ao público. As pessoas ainda podem se cadastrar nos postos do DEACON/CDL de segunda a sábado nos SAC do Comércio e de Cajazeiras.
Número de inadimplentes cresceu 4,94% só este ano
Na mais recente pesquisa sobre inadimplência, a Câmara dos Dirigentes Lojistas da Bahia (CDL) constatou que o número de famílias endividadas na Bahia cresceu 4,94% em relação a junho de 2015. O dado ficou abaixo da média do Nordeste, que foi de 5,33%. Em maio, contudo, a inadimplência na Bahia tinha crescido 7,96% em relação a maio de 2015. O dado ficou acima da média do Nordeste, que foi de 6,19%.Segundo informou a CDL, na Bahia são aproximadamente 2,5 milhões de pessoas inadimplentes, e esses números se refletem, principalmente, no desempenho das vendas no comércio, que acumula perdas de mais de 11% este ano. As maiores dívidas são com os bancos, nos cartões de crédito, cheque especial e créditos consignados.Conforme pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e da Confederação Nacional do Comércio (CNDL e CNC, respectivamente), o número de inadimplentes no Brasil, em junho, foi de 59,1milhões. Em maio, esse número era um pouco maior, estimado em 59,25 milhões. A inadimplência atual equivale, segundo as duas entidades, a 39,76% da população com idade entre 18 e 95 anos.
Em nota, a CNC diz que mesmo tendo sido observada uma ligeira queda no número de inadimplentes no Brasil, o cenário ainda reflete as dificuldades provocadas pelo desemprego e inflação elevada, e por isso mesmo essa melhora deve ser relativizada. Isso porque mesmo com a ligeira recuperação, a restrição do crédito, provocada pela própria crise, age na direção contrária, limitando o crescimento da inadimplência.A pesquisa, por exemplo, destaca que é na faixa etária entre 30 a 39 anos que se observa a maior freqüência de consumidores com os nomes negativados em todo o País. Em junho, pouco mais da metade da população nesta faixa etária (50,19%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores do SPS/Serasa, totalizando aproximadamente 17 milhões de brasileiros. E metade da população com idade entre 25 e 29 anos (48,58%) estava negativada em junho. A pesquisa revelou também que a Região Nordeste registrou 16,31 milhões de consumidores com os nomes negativados no SPC/Serasa, o equivalente a 41,45% da população acima dos 18 anos de idade.
Rombo é maior na faixa de até 10 salários mínimos
Em junho deste ano os consumidores que se declararam “muito endividados” aumentou para 15%, número superior aos 12,5% registrados em junho do ano passado, conforme a pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor, feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Conforme a pesquisa a inadimplência global foi de 58,1% em junho, contra 58,7% em maio.Em junho do ano passado esse percentual era de 62%.O maior endividamento das famílias brasileiras se dá na faixa salarial das que têm rendimento médio mensal menor que 10 salário mínimo (aproximadamente R$ 8.500), que atingiu 59.4% das famílias.Para as famílias com renda salarial acima dos 10 salários mínimo, o percentual de endividamento foi de 51,2%.As maiores dívidas continuam sendo com o sistema bancário, envolvendo cartões de crédito, cheque especial e crédito consignado.

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