
Em todo o país, os tipos da doença que terão maior incidência serão os de pele não melanoma, para ambos os sexos e o segundo com maior incidência nas mulheres será o câncer de mama. No Nordeste, o segundo tipo de câncer que mais afetará a população masculina será o de estômago. Alguns fatores de risco que são relacionados com o aumento da probabilidade de desenvolver a doença estão a maior expectativa de vida da população, o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de carnes processadas e o etilismo. Quando questionada sobre o motivo da incidência do câncer de pele e do câncer de pulmão no nordeste, a médica oncologista Mayana Lopes afirmou que a população não tem a cultura de passar protetor solar, principalmente porque o primeiro protetor foi introduzido no país apenas em 1984.
Em relação ao câncer de estômago, a médica afirma que pode estar relacionado a condições socioeconômicas menos favoráveis, como a alimentação e o tabagismo. Mayana destaca, ainda, que o consumo de alimentos conservados no sal, como carne do sol e carne seca, contribui para o aumento do risco de desenvolvimento da doença. O Inca destaca que a maioria das mortes decorrentes do câncer que ocorrem hoje, acontecem nos países de baixa e média renda, principalmente relacionado à dificuldade de acesso da população à informação e ao tratamento. Isso influencia, também, na rapidez do diagnóstico. 60% dos casos de câncer no Brasil são detectados em estágio avançado. “Grande parte da nossa população não tem acesso a esse exame, por questões sociais mesmo. Além da estrutura, existem poucos hospitais públicos de referência para o tratamento no estado.
Podemos ver isso claramente na incidência do câncer de mama, que acaba sendo agravado muita das vezes porque a mulher não tem acesso aos exames de rotina, como a mamografia”, destaca Mayana. No dia 1º de setembro, uma palestra sobre a importância do fomento à pesquisa clínica no combate ao câncer será realizado no Hotel Mercure, a partir das 19 horas, em Salvador. Mayana ressalta que ainda há muito o que caminhar em relação à pesquisa no país. “A pesquisa no Brasil ainda não é muito desenvolvida, a gente acaba importando muita pesquisa de fora e fazendo pouca pesquisa, por falta de verba” finaliza. Por Júlia Vigné/ Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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