Pensando em facilitar a vida de milhares de
pessoas que têm intolerância à lactose, substância presente no leite e
derivados, a estudante Maria Vitória Valoto, de 16 anos, desenvolveu
cápsulas reutilizáveis que tornam o produto bom para aqueles para os
quais o consumo é contraindicado.
Com o
projeto, Maria Vitória tornou-se, aos 16 anos, uma das 16 finalistas da
Google Science Fair 2016, que teve inscritos de todo o mundo. Aluna
do ensino médio na cidade paranaense de Londrina. Ela será a primeira
estudante brasileira a participar da cerimônia entrega de prêmios aos
vencedores da competição, que busca ideias para tornar o mundo melhor
por meio da ciência e engenharia.
A
cápsula desenvolvida por Maria Vitória tem a enzima lactase, responsável
pela "quebra" da lactose. As cápsulas devem ser colocadas em um
recipiente com leite e, de quatro a cinco horas depois, o leite está
próprio para o consumo de quem tem intolerância à lactose.
O
interesse da estudante pela ciência foi estimulado pela escola, que tem
iniciação científica como disciplina. A sugestão para a pesquisa veio
da Universidade Norte do Paraná (Unopar), e Maria Vitória não teve
dúvidas em trabalhar com o tema da intolerância à lactose, problema que
acompanha de perto com o pai. Durante seis meses, ela trabalhou no
projeto até chegar ao resultado.
“Quando
comecei a desenvolver o projeto científico queria algo que tivesse
impacto social legal, que fizesse a diferença. Eu via meu pai dentro de
casa e fui pesquisar quantas pessoas têm intolerância. Vi que o problema
existe na casa de milhares de pessoas e que eu poderia ajudar a muita
gente”, conta a estudante do 2° ano do ensino médio do Colégio
Interativa.
Segundo Maria Vitória, a ideia é
inovadora, porque atualmente existem poucos medicamentos para uso
direito no leite e, ao ter a possibilidade de reutilizar a cápsula, o
custo fica menor.
Maria Vitória disse que, com
o auxílio de professores, continua trabalhando no aperfeiçoamento da
pesquisa. Para a estudante, a experiência tem trazido amadurecimento e a
ajudou a definir o futuro profissional.
“Com o
projeto, amadureci bastante, não tinha noção do que queria fazer na
faculdade e agora tenho noção de que quero trabalhar na área da saúde,
quero fazer farmácia. E aprendi a lidar com frustrações – isso a gente
aprende com a iniciação científica”, afirmou.
Para
a estudante, seria ótimo que o incentivo à iniciação científica nas
escolas fosse comum em todo o país. “É muito bom ver o brilho nos olhos
dos jovens querendo fazer a diferença. Seria um incentivo para fazer um
Brasil melhor.”
A final do Google Science está
marcada para setembro, nos Estados Unidos. Maria Vitória concorre com
estudantes dos Estados Unidos, da África do Sul, da Índia, de Singapura,
da Zâmbia, da Malásia, de Bangladesh e da Arábia Saudita. Entre os
finalistas, há projetos de combate à seca, detecção de câncer e
desenvolvimento da memória com uso de logarítimos.
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