Pelo menos 26% dos brasileiros têm o hábito de
consumir produtos contrabandeados. Eletrônicos, roupas, calçados, DVDs e
cigarros estão entre esses produtos. A constatação está em pesquisa
feita pelo Datafolha a pedido do Instituto Brasileiro de Ética
Concorrencial (Etco) e divulgada na manhã desta quarta-feira. No total,
duas mil pessoas de todo o país foram entrevistadas.
O
índice de consumo de produtos ilegais é ainda maior entre os
brasileiros de 25 a 34 anos e também nas classes D e E, ultrapassando
30%. Os entrevistados apontam a diferença de preço entre o produto legal
e o contrabandeado como fator decisivo na hora de comprar.
—
É uma vantagem financeira que os criminosos têm em função da
disparidade tributária entre o Brasil e o Paraguai. É necessária uma
revisão dos impostos sobre os produtos nacionais para que tenhamos plena
legalidade do mercado interno e mais segurança — disse Evandro
Guimarães, presidente do Etco.
O material
mostra que, para metade dos entrevistados, o governo federal é o
principal responsável pela entrada dos produtos contrabandeados e 75%
sabem que o comércio dessas mercadorias ilegais favorece o crescimento
da violência e da criminalidade.
Para 87% dos
consumidores consultados, a alta carga tributária sobre os produtos
nacionais é o que favorece o aumento do contrabando. Quase a totalidade
dos brasileiros é a favor da revisão de impostos sobre os produtos
legais para tornar o seu preço mais acessível e mais competitivo em
relação aos ilegais.
De acordo com dados do
Etco, o Brasil perde anualmente cerca de R$ 115 bilhões com o comércio
de mercadorias ilegais, montante que seria suficiente para construir 974
hospitais, ou 57 mil creches ou ainda 22 mil escolas públicas, segundo o
instituto.
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