Há um ano do apelo do papa Francisco para que as
paróquias, igrejas e santuários abrigassem pelo menos uma família de
imigrantes, as instituições religiosas italianas informaram que abrigam
cerca de 30 mil solicitantes de asilo e refugiados. As informações são
da Agência Ansa.
Segundo
o monsenhor Giancarlo Perego, diretor da Fundação Migrantes, houve um
aumento do empenho das igrejas que, antes do apelo de Francisco,
recebiam cerca de 22 mil deslocados. Desde
o início da intensa onda migratória à Europa, em 2013, a Itália é uma
das principais portas de entrada ao continente de milhares de pessoas
que fogem de guerras, da miséria ou de conflitos regionais.
Além
disso, o pedido fez com que fossem encontradas novas formas de
realocação, em parceria com prefeituras e comunas, que fizeram com que 5
mil estrangeiros fossem acolhidos pelas paróquias e outros 500 adultos
fossem "adotados" por famílias através do projeto "Refugiado em minha
Casa" da Caritas da Itália.
Ainda de acordo
com Perego, foi "fundamental" o empenho de mais de 60 instituições
religiosas femininas e masculinas, que repensaram sua estrutura para a
realocação de pessoas, especialmente, crianças, mulheres com filhos e
pessoas doentes.
"A esperança é que o apelo
alimente ainda nas comunidades cristãs a exigência de gestos concretos
de acolhimento, mesmo levando em conta os 'ventos contrários'
alimentados por populismos e informações erradas sobre o tema imigrantes
e refugiados que estão chegando à Europa, enfraquecendo sua história
democrática e solidária", concluiu o religioso.
Em
6 de setembro de 2015, durante a tradicional celebração do Angelus,
Jorge Mario Bergoglio fez um pedido para que as paróquias de toda a
Europa dessem "um gesto concreto" na então preparação para o Ano Santo
da Misericórdia, iniciado em dezembro do mesmo ano.
"Frente
a essa tragédia de dezenas de milhares de deslocados que fogem da morte
pela guerra e pela fome, o Evangelho nos chama, nos pede para estarmos
próximos aos mais fracos e abandonados, para darmos a eles uma esperança
concreta. E não apenas dizermos 'coragem, paciência'", disse o
Pontífice.
Para
se ter ideia, só até o dia 31 de agosto deste ano, as autoridades
italianas receberam pouco mais de 112 mil imigrantes através da rota no
Mar Mediterrâneo. No ano passado, foram mais 152,7 mil deslocados
chegando pela mesma rota marítima. Apesar de ser uma das portas de
entrada, a maior parte desses estrangeiros tentam a vida em outras
nações europeias.
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