A jovem Taís Soares Ferreira, de 17 anos, tirou
uma selfie com a mãe Deuzenira Ferreira da Luz, de 45 anos, minutos
antes das duas morrerem no desabamento de parte do teto de uma gruta em
Santa Maria do Tocantins, nesta terça-feira (1º). Outras oito pessoas
que estavam no local celebrando o Dia de Todos os Santos também
morreram.
Mãe e filha moravam em Pedro Afonso,
cidade vizinha a Santa Maria do Tocantins. Ana Beatriz não se conforma
com a morte da amiga. "Na igreja eu sempre vou lembrar dela. Como vai
ser sem a Tais no coral?", lamenta. Mônica Lourenço coordena a paróquia onde Taís cantava. "Eu não perco só uma amiga, eu perco uma filha, uma companheira."
A
celebração na gruta é tradição na cidade, realizada há cerca de 50
anos. Dois feridos com múltiplas fraturas estão internados em Palmas.
Outras cinco pessoas foram levadas para o Hospital Regional de Pedro
Afonso, quatro já receberam alta. As vítimas do desabamento eram de quatro cidades do Tocantins.
Na
manhã dessa quarta-feira (2), Dia de Finados, enquanto muitos moradores
foram aos cemitérios, quem perdeu algum parente na gruta teve de
esperar a chegada dos corpos, que foram liberados pela manhã do IML de
Palmas.
A Defesa Civil do Tocantins diz que
não recomenda os eventos em lugares como a gruta, que foi isolada. Uma
das causas suspeitas do desabamento é que um foguetório tenha abalado a
estrutura e causado o desmoronamento. Além disso, o acúmulo de água e
aglomeração de pessoas podem ter contribuído.
"É
comum, nesse tipo de caverna, nesse tipo de locais, a presença de
morcego. Pode ter ocorrido de soltar rojões, para espantar. Mas isso
está sendo apurado, está sendo feito um laudo técnico, juntamente com
especialistas", afirma o diretor executivo da Defesa Civil, Diógenes
Madeira.
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