Com o início do verão e o aumento das
temperaturas, os cuidados com a saúde devem ser redobrados. Em parceria
com a Sociedade de Cardiologia do estado do Rio de Janeiro, a entidade
está alertando a população sobre as mudanças fisiológicas que as
elevadas temperaturas podem provocar no sistema cardíaco, além de
vasodilatação, que ocasiona inchaço nos membros inferiores.
“Do
ponto de vista vascular, o calor gera um fenômeno chamado
vasodilatação. Você tem uma dilatação dos vasos e isso gera aumento da
estase venosa, ou dificuldade de o sangue dos membros inferiores chegar
ao coração. Isso se torna mais lento e, muitas vezes, esse sangue sai de
dentro para fora do vaso. Isso leva ao inchaço, aos edemas dos membros
inferiores”, explicou.
De maneira geral, esse
fenômeno é benigno mas pode, também, ser sinal de algum problema de
saúde, como insuficiência venosa crônica, varizes, edema linfático ou
trombose, destacou o especialista. “Sempre que isso fugir um pouco do
normal, a dica é procurar um angiologista ou cirurgião vascular para
fazer um exame vascular mais detalhado”, disse Peclat.
Em
função dos riscos, ressalta-se a importância de a população ter alguns
cuidados para diminuir a possibilidade desse inchaço. Realizar
atividade física regular, evitar ambientes muito quentes e exposição
direta ao sol, evitar ficar muitas horas sentado na mesma posição ou em
pé, sempre caminhar um pouco, mesmo que seja dentro do ambiente menor,
são alguns desses cuidados.
Hidratação
A
SBACV e a Socerj recomendam ainda que a pessoa tome, pelo menos, entre
dois e três litros de líquidos por dia, de preferência água. “Nessa
época do ano, a pessoa sua muito, perde muito líquido. Por isso, é
importante repor esse líquido”.
A alimentação
também deve ser leve, evitando comidas gordurosas ou pesadas, dando
preferência a carnes brancas e saladas. O sal deve ser reduzido porque
absorve muito líquido e pode colaborar para o inchaço de membros
inferiores e superiores.
Outra dica é evitar
corridas e jogos de praia, como vôlei e futevôlei, nos horários mais
quentes, entre 10h e 16h (no horário de verão, de 11h às 17h), e usar
bloqueador solar, boné, viseiras, óculos e chapéus. “Usar tudo que tem
direito para se proteger, porque o inchaço é um dos problemas
relacionados ao calor”.
Julio Peclat
esclareceu que em pacientes mais idosos, que já têm uma cardiopatia, há
chances de o coração acabar sendo afetado pelas temperaturas mais altas.
“Ele vai perder mais líquido, porque o sangue fica mais viscoso. Então,
teoricamente, esse paciente fica mais suscetível a algum problema
cardiovascular”.
A desidratação pode ter
efeitos graves para o paciente que tem doença cardiovascular ou
cardiovascular periférica, relacionados à perda do nível de consciência,
desmaios e queda de pressão arterial. “Tem que ter cuidados,
principalmente nos extremos: crianças e idosos. Porque, nessas fases, os
mecanismos responsáveis pela termorregulação não são tão eficientes",
adverte a SBACV. A ingestão de líquidos, insistiu o médico, protege
rins, coração, entre outros órgãos.
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