Termômetros disparando, praias lotadas e muita
gente aproveitando – ou reclamando – do calor. Os últimos dias têm sido
de altas temperaturas em várias cidades brasileiras. O
Rio de Janeiro, por exemplo, teve nesta terça-feira (27) o dia mais
quente do ano, com temperatura máxima de 42,3°C e sensação térmica de
47,7°C.
Cidades mais ao sul, como Curitiba e Porto Alegre, também tiveram uma madrugada e uma tarde mais quente do que o normal. Segundo
meteorologistas, o calor em dezembro vinha sendo até agora o esperado
para esta época do ano, mas, nesta terça-feira (27), foi atípico em
várias cidades, principalmente na área litorânea entre Florianópolis e o
norte do estado do Rio de Janeiro.
A
meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo, explica que desde o fim
da semana passada ganhou força no país o sistema de alta pressão
atmosférica conhecido como ASAS (Alta Pressão Subtropical do Atlântico
Sul), que funciona como um bloqueio para frentes frias e contribui para o
aumento das temperaturas. São Paulo registrou a madrugada mais quente do ano, com temperatura mínima de 23,7°C.
“Esse
sistema reduz a nebulosidade, a umidade e a chance de se formarem
nuvens de chuva. A consequência natural é o aumento do calor”, afirma. Já
o calor “excepcional” desta terça se deve à combinação de uma série de
fatores, explica a especialista. “Além do sol forte, houve a presença de
ventos quentes o dia inteiro, que vieram do interior do país em direção
ao litoral”, diz.
Outro causador do
calor extremo é o chamado aquecimento adiabático, um processo físico em
que os ventos que descem as montanhas recebem um aquecimento adicional. Como
exemplos de calor atípico, Josélia cita que Curitiba registrou a
madrugada mais quente do ano, com temperatura mínima de 21,8ºC.
Em
Curitiba, a tarde desta terça foi também a mais quente do ano, com
máxima de 33,7ºC, enquanto o litoral do Paraná registrou 39,9ºC durante o
dia e Florianópolis, 37,3ºC. Segundo
Caroline Vidal, metereologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos (CPTEC) do Inpe, o aumento das temperaturas tem sido notado
em todo o Brasil.
“A maioria das
capitais tem registrado acima de 30 graus. Curitiba, que é uma das mais
frias, teve mais de 33 graus hoje. Porto Alegre registrou 37 graus
ontem”, enumerou. “A região Norte é a que tem tido as menores
temperaturas, por causa das chuvas.”
Já em São
Paulo, a temperatura registrada na segunda-feira (26) foi de 34ºC, um
pouco maior do que a máxima de dezembro de 2015, de 33,5ºC. A
meteorologista diz que, no geral, esse calor é esperado nesta época do
ano, e que um dos fatores que fazem subir as temperaturas é a atuação de
um anticiclone, que inibe a formação de nuvens de chuva e colabora para
o calor.
Verão deve ser menos quente
Para
quem está cansado das altas temperaturas, uma frente fria deve trazer
algum alívio entre quarta e quinta-feira desta semana. Mas, como ela é
fraca e vai passar longe do continente, a diminuição do calor deve ser
ligeira, de poucos graus. Na sexta-feira, a temperatura deve subir
novamente, e a virada de ano promete ser quente em várias cidades.
Mas
isso não vale para todo o verão. A previsão para a estação como um todo
é de predomínio de temporais e temperaturas mais amenas em relação aos
anos anteriores.
Segundo o Climatempo, a maior
parte das chuvas se concentrará em janeiro e fevereiro e o verão terá o
predomínio do fenômeno La Niña, que mudará o cenário em comparação com o
verão anterior, quando choveu mais no Sul e fez muito calor em todo o
Brasil. De acordo com o CPTEC, a previsão
para os meses de janeiro, fevereiro e março de 2017 é de temperatura
normal no Sul e no Sudeste e normal a acima da média no Norte, Nordeste e
Centro-Oeste.
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