O prefeito Jairo Silveira Magalhães (PSB), de
Guanambi, divulgou nota nesta terça (3) após a repercussão do seu
primeiro decreto, em que entrega as chaves da cidade a Jesus, pedindo
desculpas se ofendeu alguém. Ele afirma que a publicação não teve
intenção de causar discordâncias ou debates e que não fere o princípio
da laicidade previsto na Constituição Brasileira.
O
procurador de Justiça Rômulo de Andrade Moreira pediu que o Ministério
Público da Bahia declare o decreto inconstitucional. Segundo a
assessoria, a solicitação já foi encaminhada para a Procuradoria-Geral,
que vai analisar o decreto. Caso seja concluído que há
inconstitucionalidade, o MP vai pedir o cancelamento ao Tribunal de
Justiça.
"Foi feito uma correlação, pois a
entrega simbólica da chave da cidade, que é feita ao prefeito em dias de
posse em muitas cidades, não interfere em nenhuma das ordenanças
legais, muito menos nas ações aos cidadãos desta terra", diz a nota.
Para o prefeito, o decreto não fere a laicidade pois se inspira no
preâmbulo do texto constitucional, que invoca o nome de Deus, que "está
presente nas variadas religiões".
"A real
intenção da publicação, diante do ambiente de intolerância e assustadora
violência que atormenta as famílias e a sociedade, foi de apelar a
todas as crenças, suplicando a mesma proteção de Deus, que é rogado na
nossa Constituição", afirma. O texto diz
ainda que o prefeito "professa sua fé de forma madura" e sempre se
relacionou de maneira respeitosa com todos os credos.
"Os
secretários e outros tantos colaboradores da gestão, professam as mais
variadas crenças, o que reafirma a sua convivência harmoniosa para com
todos, sem qualquer distinção". A nota
encerra afirmando que se algum cidadão ou religião se sentiu ofendido
pela mensagem, o prefeito pede de maneira desculpas "de forma humilde e
sincera" e reafirma intenção de governar para todos.
Em
dezembro, a prefeita de Sapezal (MT), Ilma Grisoste Barbosa (PSD)
assinou um decreto quase igual, em que entregava as chaves da cidade a
Deus, encerrando inclusive do mesmo modo: "E a minha palavra é
irrevogável". Ela deixou o cargo em janeiro deste ano, após perder a
reeleição.
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