Os dois fatores de risco foram responsáveis por 38,4% dos casos de câncer de endométrio e 24,5% dos casos de câncer de fígado. Se considerados isoladamente, 280.100 casos de câncer foram atribuídos à diabetes e 544.300 ao IMC elevado. Ainda, os casos de câncer atribuíveis a diabetes e alto IMC combinados foram quase duas vezes mais comuns em mulheres que em homens.
O estudo foi publicado no "The Lancet - Diabetes & Endrocrinology" e teve como primeiro autor Jonathan Pearson-Stuttard, pesquisador do Imperial College of London (Reino Unido). A pesquisa coletou informações de 175 países em 2012. Um IMC maior ou igual a 25 kg/m² foi considerado para estimar o peso como um fator de risco. Pesquisadores também consideraram uma janela de 10 anos entre o peso e o surgimento do câncer.
Cresce o número de obesos e diabéticos
A estimativa dos pesquisadores é especialmente importante porque tanto o sobrepeso quanto a diabetes crescem no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o número de pessoas com diabetes passou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. Ainda segundo a OMS, o número de pessoas que estão acima do peso triplicou desde 1975 e o número continua a crescer.
Em 2016, mais de 1.9 bilhões de adultos estavam acima do peso. Desses, 650 milhões eram obesos. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) e o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer (WCRF, na sigla em inglês) concluíram que existe uma associação causal entre IMC elevado e alguns tipos de câncer: colorretal, da vesícula, de pâncreas, de rim, de fígado, do endométrio, câncer de mama na pós-menopausa, de ovário, câncer do estômago, de tireoide, de esôfago e mieloma múltiplo.
Já no caso da diabetes, o consenso sobre a condição ser um fator de risco começa a se estabelecer. Estudos também mostraram relações da doença no câncer colorretal, de pâncreas, de fígado, de vesícula biliar, de mama e de endométrio.
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