O PT começa a enfrentar as primeiras dificuldades
práticas em função da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O partido procura soluções para que Lula possa, de Curitiba, onde
cumpre pena, avalizar pontos do programa de governo para as eleições
presidenciais que está sendo elaborado em São Paulo.
De
acordo com petistas, até a próxima segunda-feira, dia 16, o ex-prefeito
de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo, e a
presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), devem se
reunir para traçar a estratégia de comunicação das propostas segundo
informações do Estadão.
Poucas horas antes de se
entregar à Polícia Federal, no sábado, Lula reuniu líderes petistas e de
movimentos sociais que estavam na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em
São Bernardo do Campo, e comunicou que durante sua ausência Gleisi será
sua porta-voz para assuntos referentes ao PT. A força dada a Gleisi, no
entanto, foi insuficiente, já que o próprio Lula quer dar a palavra
final sobre as decisões envolvendo o programa de governo.
Uma
saída cogitada pelos petistas é incluir a senadora e o ex-prefeito na
defesa de Lula. Ambos são advogados e assim teriam acesso irrestrito ao
ex-presidente sem correr o risco de depender de decisões judiciais para
entrar na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Na
segunda-feira, 9, a executiva nacional do PT aprovou uma resolução na
qual confirma que Gleisi será a porta-voz de Lula e diz que as
negociações com outros partidos com vistas a alianças eleitorais serão
decididas pela direção partidária. "Caberáà direção nacional do PT fazer
as articulações com outros partidos, que serão conduzidas pela
presidenta Gleisi Hoffmann, designada por Lula como sua porta-voz
política até que ele recupere a liberdade", diz a nota.
Petistas
interpretaram o trecho como um sinal de que o partido quer excluir
Haddad das conversas com outros partidos. O ex-prefeito vinha cumprindo
essa função, a pedido de Lula, mas as articulações esfriaram depois da
condenação do ex-presidente pelo TRF-4, em janeiro.
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