Apesar de a imagem da maioria dos brasileiros sobre os deputados e os senadores não ser positiva, a aprovação à atuação do Congresso Nacional aumentou e atingiu neste ano um quinto da população (22%), segundo pesquisa Datafolha.
Trata-se do maior patamar já aferido em início de legislatura pelo instituto (que fez pesquisas semelhantes em 2007 e 2015). Ele é registrado após uma eleição com grau histórico de renovação no Legislativo. Em abril de 2015, somente 11% tinham avaliação boa ou ótima do Congresso. Em 2007, eram 16%.
Embora esse índice tenha subido para 22% em 2019, a fatia dos que reprovam os congressistas é maior (32% os classificam como ruins ou péssimos). Outros 41% avaliam a atuação deles como regular, e 5% não souberam opinar. A aprovação ao Congresso é maior entre evangélicos pentecostais (31%), moradores da região Sul (27%), partidários do PSL (53%) e entre quem avalia o governo de Jair Bolsonaro (PSL) como ótimo ou bom (41%).
Como mostrou a Folha de S.Paulo no último domingo (7), o capitão reformado teve a pior avaliação para um presidente em início de primeiro mandato. Segundo o Datafolha, 30% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo, 32% o avaliam como ótimo ou bom e 33% como regular.
O Datafolha ouviu 2.086 pessoas nos dias 2 e 3 de abril em 130 municípios de todo o Brasil. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
À avaliação mais positiva do Congresso soma-se a alta renovação nas últimas eleições. É a primeira vez em 20 anos que deputados reeleitos são menos da metade da Câmara -48,9% do total. Também é maior o número de estreantes na Casa: 243 (47,4%) dos vencedores nas urnas nunca haviam sido deputados. Em 2014, havia 45 novatos a menos.
Já no Senado, das 54 cadeiras em disputa, 20 foram conquistadas por políticos que nunca haviam ocupado posto no Legislativo, e nove ganharam uma eleição pela primeira vez.
A novidade de turno foi o PSL, que hoje tem 54 deputados (segunda maior bancada, depois do PT) e quatro senadores. Na eleição de 2014, o partido tinha conseguido eleger só um congressista.
Em dezembro, o Datafolha perguntou o que a população esperava do novo Congresso a tomar posse. A maioria (56%) afirmou ter expectativa ótima ou boa, 28% regular e 8% ruim ou péssima. Outros 8% não souberam responder.
Também cresceu a proporção dos que afirmaram confiar no Legislativo. Em abril deste ano, 57% disseram ter alguma confiança no Congresso (8% confiam muito e 49% confiam um pouco), e 41% declararam não confiar de forma alguma. Em junho de 2018, eram 67% os que não confiavam. O índice de confiabilidade é o maior registrado pelo Datafolha desde 2012, quando tiveram início as medições. Ainda assim, entre as instituições avaliadas, o Congresso só ganha dos partidos políticos em grau de desconfiança (apenas 5% confiam muito nas legendas).
Em primeiro lugar estão as Forças Armadas, que têm alguma confiança de 80% dos entrevistados (45% confiam muito e 35% confiam um pouco). A proporção dos que têm muita confiança nos militares é oito pontos maior que a registrada em junho de 2018 (37%).
Em segundo lugar vem a Presidência da República, instituição que mais evoluiu no grau de confiança da população. Em junho de 2018, ainda sob gestão Michel Temer (MDB), apenas 5% confiavam muito nela, e 64% não confiavam. Agora, são 29% os que confiam muito e outros 29% os que não confiam. Os que confiam um pouco são 41%.
Também cresceu de forma discreta a confiança no STF (Supremo Tribunal Federal). Eram 14% os que confiavam muito, 43% os que confiavam um pouco e 39% os que não confiavam. Agora são 18%, 46% e 32%, respectivamente.
No geral, quanto maior a idade, maior a confiança nas instituições. A maior diferença é em relação à imprensa. Enquanto 14% dos entrevistados entre 16 e 24 anos afirmaram confiar muito, entre os maiores de 60 o índice salta para 32%. Curiosamente, são os mais velhos (13% dos maiores de 60 anos), e não os mais jovens (7% dos entrevistados de 16 a 24 anos), que consideram as redes sociais muito confiáveis.
Quanto à escolaridade, vale destacar que são os menos escolarizados os que mais confiam no Judiciário e nas grandes empresas. Vinte e seis por cento dos que fizeram o ensino fundamental confiam muito nos empresários e 30% na Justiça. Entre quem tem ensino superior, os percentuais são de 20% e 14%, respectivamente. (Folha de São Paulo)
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