O estudo, publicado nesse domingo no periódico JAMA, sugere que indivíduos que adotam quatro ou cinco hábitos saudáveis têm 60% menos risco de desenvolver o problema neurológico. Já quem mantém de um a três práticas de boa saúde pode diminuir o risco em até 22%.
Outra pesquisa, apresentada este final de semana em Conferência Anual da Alzheimer’s Association, nos Estados Unidos, chegou à conclusão semelhante: manter quatro ou mais desses hábitos reduz o risco de Alzheimer – principal doença neurológica dentro do espectro da demência – em 59%; para quem pratica dois ou três o risco é 39% menor.
“A mensagem central dessas descobertas é que, independentemente do risco genético, as pessoas podem se beneficiar de um estilo de vida saudável. [Isso] pode fazer a diferença”, comentou David Llewellyn, que participou do segundo estudo, à revista Time.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente mais de 50 milhões de pessoas convivem com alguma forma da doença em todo o mundo. No entanto, esse número deve triplicar até 2050, chegando a 152 milhões.
Os pesquisadores alertam que os novos achados provavelmente não se aplicam a quem já apresenta sinais da doença – mesmo em estágios muito precoces, que podem aparecer até 30 anos antes dos sintomas principais. Portanto, a recomendação é especialmente para indivíduos abaixo dos 40 anos, pois são aqueles que devem vivenciar esse período de crescimento da demência.
De acordo com Llewellyn, a manutenção de um estilo de vida saudável pode indicar um corte significativo nas taxas de demência (centenas de milhares de pessoas). “Isso é realmente fortalecedor. É provável que você reduza substancialmente o risco de demência se mudar para um estilo de vida saudável“, disse à BBC.
Os estudos
Para chegar a esta conclusão, a equipe do primeiro estudo acompanhou 196.383 pessoas do Reino Unido por oito anos. Os participantes, que tinham mais de 60 anos, responderam questionários acerca do estilo de vida e realizaram exames de DNA para avaliar o risco genético para desenvolver demência. A análise genética preliminar mostrou que haveria 18 casos de demência para cada 1.000 participantes.A partir desses dados, os pesquisadores observaram como os hábitos de saúde poderiam interferir na carga genética. Ao final do acompanhamento, notou-se que esse número caiu para 11 casos para cada 1.000 participantes entre aqueles que seguiam as seguintes diretrizes básicas de saúde:
- Não fumar;
- Reduzir a quantidade de álcool para, no máximo, um litro de cerveja por dia;
- Se exercitar por, pelo menos, duas horas e meia por semana;
- Manter a mente ativa, como aprender um novo idioma e ler frequentemente, por exemplo; e
- Manter um dieta balanceada que incluam três porções de frutas e vegetais por dia (cerca de 400 gramas), duas porções de peixe por semana e evitar carnes processadas, como salsicha, presunto, bacon e nuggets.
Estávamos esperando encontrar um efeito protetor desses fatores no risco de demência. Mas ficamos surpresos com a magnitude do efeito”, comentou Klodian Dhana, que participou do segundo estudo, à revista Time.
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