Segundo a geógrafa e diretora de ciência do IPAM, Ane Alencar, o aumento de incêndios deste ano não está relacionado a períodos de seca mais intensos ou a fenômenos climáticos, como o El Niño. Neste ano, a Amazônia viu menos dias consecutivos sem chuva do que a média entre 2016 e 2018: menos de 20 contra mais de 30, respectivamente.
Quando novas áreas são abertas, seja para pastagem ou lavoura, os resíduos da floresta, como troncos, galhos e folhas, precisam ser queimados para limpar a região e parte das cinzas serve como nutriente para o solo. Por isso, quando não há um longo período de estiagem ou um fenômeno climático extremo, os focos de calor são associados ao desmatamento.
Além da abertura de novas áreas, outras ações humanas levam aos sinais de fogo na Amazônia. Nos casos de manejo, por exemplo, áreas agropecuárias já existentes são renovadas com a queimada e fertiliza-se o solo com os nutrientes das cinzas. Também há casos de incêndios acidentais, quando uma situação de manejo, por exemplo, sai de controle e se espalha.
Além dos prejuízos para o meio ambiente, um efeito preocupante das queimadas é o comprometimento da qualidade do ar. Nas últimas três semanas, cidades do Acre têm enfrentado poluição pela fumaça, com situação crítica nos municípios de Assis Brasil, Manoel Urbano, Rio Branco e Sena Madureira. Em todos, os índices de concentração de material particulado estão bem acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. O governo estadual decretou situação de alerta devido às queimadas no dia 9 de agosto de 2019. (Veja)
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