O erro nas projeções do governo federal em relação à evolução da pandemia e à recuperação da economia no início de 2021 deixou a maioria dos trabalhadores informais sem uma política pública de apoio.
Para tentar reverter o quadro, o Congresso busca a aprovação de uma nova rodada de pagamento do auxílio emergencial, ainda que em valores menores e para um número mais restrito de pessoas. Algo que não ocorrerá antes de março, deixando um buraco de ao menos dois meses na renda das famílias.
Em 2020, o auxílio representou um gasto de R$ 293 bilhões. A expectativa é uma renovação com gasto de até R$ 50 bilhões. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizou um trabalho em parceria com o Ministério Público Federal no estado e apontou alguns efeitos da ausência de políticas públicas para as famílias e os pequenos empreendedores nas periferias da Grande São Paulo.
“A gente está vendo a fome voltar. Você entra em 2021 com um aumento no preço de uma série de bens que a população mais carente precisa para sobreviver, com queda na renda das famílias que deixaram de receber o auxílio, muitas não conseguiram voltar ao mercado de trabalho. É um panorama de redução do consumo, até de itens básicos”, afirma Luciana Rosa de Souza, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Economia e Desenvolvimento da universidade ao jornal Folha de S. Paulo.
A professora ainda explica que os comerciantes dos bairros mais pobres viram os seus negócios prosperarem durante o pagamento do auxílio, mas que após o fim do benefício, as vendas começaram a cair.
“A gente conversou com gente que tem varejão, mercadinho, açougue. As entrevistas têm mostrado que as pessoas estão focando no arroz e feijão, naquilo que é essencial”, completou.
As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
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